Dançam palavras, melodia do som,
Língua materna, poesia seu dom.
Berço da infância, semente, alegria,
Versos na alma, profundos, magia.
Nosso idioma embala o coração,
Cresce poesia, flor da inspiração.
Versos flutuando, rimas rimando,
Dia iluminado, musas inspirando.
Combinando vogais e consoantes,
Inventamos casos, qual amantes.
No colo da língua, o poeta acalma,
Versos e estrofes ouvem a alma.
Celebremos a língua, é nosso lar,
Onde a poesia mantém seu lugar.
Palavras que fluem como rio veloz,
Nasce um poeta no ventre da voz.
espaço interior
quando o poema
são restos do naufrágio
do espaço interior
numa furtiva luz
desesperada,
resvalando até
à superfície,
lisa, firme, compacta,
das coisas que todos
os dias agarramos,
quando
o poema as envolve
numa aura verbal
e se incorpora nelas,
ou são elas a impor-lhe
a sua metafísica
e o espaço exterior
que povoam de
temporalidades eriçadas,
luzes cruas, sons ínfimos, poeiras.
in "Antologia dos Sessenta Anos"
Meu Estandarte
A poesia invade corpo e alma,
tanto me lê como me acalma.
A inspiração é eficaz bálsamo,
longe dela, nem sequer amo.
Seja trova, quadra ou poema,
preciso dela, não ser extrema.
Musa dos meus dias serenos,
toca-me com toques sonoros.
O encanto da vida saborosa
deve-se à magia tão gostosa
de escrever por amor à arte,
com graça, é meu estandarte.
Livra da vida insossa, incolor,
cumpre seu papel de doar cor.
É musa dos dias desbotados,
salmo diário em lindos versos.
Nossa sugestão musical: No Teu Poema- Carlos do Carmo
Imagem: https://www.escritas.org/
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