2024/02/25

VASCO GRAÇA MOURA ENTRE NÓS


Dançam palavras, melodia do som,
Língua materna, poesia seu dom.
Berço da infância, semente, alegria,
Versos na alma, profundos, magia.

Nosso idioma embala o coração,
Cresce poesia, flor da inspiração.
Versos flutuando, rimas rimando,
Dia iluminado, musas inspirando.

Combinando vogais e consoantes,
Inventamos casos, qual amantes.
No colo da língua, o poeta acalma,
Versos e estrofes ouvem a alma.

Celebremos a língua, é nosso lar,
Onde a poesia mantém seu lugar.
Palavras que fluem como rio veloz,
Nasce um poeta no ventre da voz.


espaço interior


quando o poema

são restos do naufrágio

do espaço interior

numa furtiva luz

desesperada,


resvalando até

à superfície,

lisa, firme, compacta,

das coisas que todos

os dias agarramos,


quando

o poema as envolve

numa aura verbal

e se incorpora nelas,

ou são elas a impor-lhe


a sua metafísica

e o espaço exterior

que povoam de

temporalidades eriçadas,

luzes cruas, sons ínfimos, poeiras.


in "Antologia dos Sessenta Anos"



Meu Estandarte

A poesia invade corpo e alma,
tanto me lê como me acalma.
A inspiração é eficaz bálsamo,
longe dela, nem sequer amo.

Seja trova, quadra ou poema,
preciso dela, não ser extrema.
Musa dos meus dias serenos,
toca-me com toques sonoros.

O encanto da vida saborosa
deve-se à magia tão gostosa
de escrever por amor à arte,
com graça, é meu estandarte.

Livra da vida insossa, incolor,
cumpre seu papel de doar cor.
É musa dos dias desbotados,
salmo diário em lindos versos.



Nossa sugestão musical: No Teu Poema- Carlos do Carmo


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