Nos degraus da tarde
Sento-me,
entre sombra e claridade,
o ferro trabalhado da escada
molda momentos vividos.
A rua dorme em silêncio,
banhada de sol morno,
cada tijolo guarda passos,
já não ecoam.
No branco leve do meu vestido
um rumor de brisa,
um pressentir de ausência,
um instante suspenso.
O corpo repousa,
o olhar viaja…
longe, muito longe,
talvez lá more a esperança.
Nos degraus da tarde,
a eternidade acontece
num só pensamento.
Em estado de desolação, entrego meu coração
Ao Doador da vida plena. Devaneio em emoção,
Não me sustento sem brio, um dia, volto, rio,
Subo, alcanço o prumo, balanço, não me canso.
Esquecida de mim mesma, perdida em pensar,
Cabisbaixa, sonhadora, coração feito a amar.
Quer de dia, quer de noite, sou esperança viva,
Luto com a sorte, tomo Norte, Steve me aviva.
Vez por outra cansada, isolada, vivências
Em aventuras pensadas, impensadas, sinais
De lutas internas, bruscas, tão necessárias,
No discernimento trabalhada, virão notícias.
Demoro-me na prudência cadenciada, seria
Um prenúncio de magia no ar, certa alegria
A caminho dos meus passos cheios de dores?
Espero… sem pressa, eu alcançarei amores.

Nossa sugestão musical: MARIZA - Estranha Forma de Vida
🌿✨🌙
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« Quando um passarinho beija docemente uma flor e ela o acolhe com carinho, a magia da amizade acontece. »