"A vida, a vida…
tão bela, por vezes tão sofrida."
Na travessia da vida tão bela, intensa,
percorremos alegrias e dores, imensa.
Cada passo, um novo enredo, decidido,
com momentos de riso e choro, vivido.
A vida, a vida… complexo de sinfonias,
com notas suaves, outras tão sombrias.
Reinventá-la? Ah, quem dera pudesse,
não tenho o dom, seria uma benesse.
Questiono, seria sábio alterar o destino?
"A vida, a vida…
uma eterna aprendizagem."
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Palavras Sensatas
Nos jardins de areia, caminho feliz,
colho um buquê de flores de espuma,
ainda quero muito da vida, na bruma,
respondo a cada dia como me condiz.
O autoconhecimento me faz saber
quem sou eu, onde vou, de onde vim,
abro portas do meu ser a enriquecer,
não deixo brechas de invasões em mim.
Fendas de desilusão tentam me deter,
compadeço-me na própria sensatez,
o instante existe, com meta, sou poeta,
na alegria, tristeza, na terna fluidez.
Torno eterno o vivido, creio no céu,
encontro de almas afins, não ao léu,
Até lá, palavras são ditas com amor,
sinto em cada uma delas bom sabor.
Nossa sugestão musical: Fagner - Motivo - Eu Canto - 1978
Imagem: Pensador
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