Inundada de Amor
Na vastidão azul do mar profundo,
a mulher vagueia isolada do mundo.
O horizonte é seu templo sagrado,
ali o tempo é livre, o vento aliado.
Rodando a sua saia balançante,
no vaivém das ondas está radiante.
A melodia do mar, ritmada canção,
guia seus passos ao sabor do verão.
A areia suspira ao tocar seus pés,
desenhando versos nas duas marés.
Cada grão murmura segredos antigos,
histórias de barcos, procelas, perigos.
Ondas quebrando, são beijos do mar,
a espuma macia, vem para a abraçar.
Inundada de amor, lá vai a mulher,
com olhos brilhantes, cheios de prazer.
Na leveza, entrega de todo seu ser,
inundada de amor, só deseja viver.
Ensopada de ternura, cheiro de mar,
esbanja liberdade, só deseja amar.
Um sopro suave, uma brisa tênue,
brandura em si, ao seu redor, insinue
o bom viver, sem o mal jamais fazer,
anda devagar a fim de nós desfazer.
Saia bem rodada, a modela delicada,
alvura no modelo, sua forma delgada.
A praia a anima, torna-se generosa,
a nova Estação a deixa mais formosa.
O entorno faz festa à sua passagem,
ela, a praia não são só uma miragem.
Êxtase do momento em comunhão,
no elo de contemplação e exultação.
Imagem: pintura de Steve Hanks
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