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De manhã cedo na ilha |
De manhã cedo na ilha
A luz ainda não é cheia.
É macia, azul-clara,
como o sussurro do mar antes do mundo acordar.
Ela se baixa —
com cuidado, como se o chão pudesse quebrar.
Seu vestido branco encosta na água rasa,
onde o céu se dobra,
e a terra se confunde com o reflexo do que virá.
O chapéu protege seus olhos,
mas não esconde o silêncio curioso
com que observa uma linha de espuma,
uma marca que talvez seja um segredo deixado pela noite.
Há sal no ar,
mas também há algo mais:
um tempo suspenso,
um momento que não precisa ser nomeado.
Nada se apressa.
Nem o mar,
nem ela,
nem a ave que caminha ao fundo como quem respeita o ritual.
É um instante pequeno.
Mas eterno.
Como tudo o que é verdadeiro.
Escritos Encharcados
De Amor sem falso pudor,
De pudor com brio sem temor,
De temor sem falsa Esperança,
De esperança com sonho de Bonança,
Sally ama o mar das delícias.
Escreve seus sonhos delirantes,
Não se intimida das marés rasantes,
Delineia novos horizontes perdidos,
Reconhece caminhos tão iludidos,
Sally ama o mar das delícias.
Rabisca todas emoções contidas,
Ele guarda seus segredos nas ondas,
Vive na confiança do seu confidente,
Tem certeza, ele jamais mente,
Sally ama o mar das delícias.
De paixão, se veste, reveste a areia,
De areia faz castelos, belos projetos,
De projetos cabíveis, vive pé no chão,
De pé no chão, afaga marolas com coração.
Sally ama o mar das delícias.

Nossa sugestão musical: Stamatis Spanoudakis - Thalassa
🌸🌹🌸