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Agradecemos.
Sou frágil, delicada,
colorida, furta-cor, multicolor,
precisada de proteção do coração,
asas leves, delicadas e frágeis…
Sou da natureza,
não posso ser maltratada,
sem defesa, sou tão efêmera,
voo delicadamente, comedidamente…
Sou só uma borboleta,
não me pise, me proteja,
basta um pisão, deixo de existir…
Deixe-me voar livre,
tenha de mim compaixão,
guarda-me como num voo do coração.
Nos becos de Lisboa, paira no ar
o Fado cantado, guitarra a pulsar.
Alma portuguesa, saudade a soar,
xaile em posição, coração a arfar.
Nas ruas do Rio o Samba acontece,
ritmo e alegria, dançar apetece.
Entre pandeiros, tamborins a soar,
cadência brasileira a nos contagiar.
No Fado, a tristeza vira canção,
a voz do fadista, revela emoção.
Saudade ecoando nas velhas vielas
tradição antiga lembrada nas estrelas.
No Samba, a batucada acorda a sambar,
ritmos nos movendo, corpos a bailar.
Carnaval de cores, espetáculo sem igual,
Brasil palpita em compasso tropical.
No Fado há nostalgia, no Samba alegria,
tradições distintas, a mesma magia.
Lisboa e Rio, cidades irmãs a cantar,
Fado e Samba, abraço cultural a estimar.
O FADO É A ALMA LUSA
Faz lembrar alguém
Algo que o fado tem
No tom de tristeza, solidão e mágoas?
Lembra a mim o som das águas
Das ondas do mar aberto
Batendo ao costado, e forte,
Da nau posta à própria sorte
Da rota com destino, mas incerto
E o nauta, preso à nau como cativo,
Sente-se até morto; ou vivo
Temente ao naufrágio e à morte.
Tendo o mar encapelado
O vagalhão bate ao costado
Desaguando no convés
E vai sair através
Das escoas, com um som
Arrastado, tendo o tom
E ritmo iguais ao do fado.
Por isso que o som do fado
Lembra o marujo embarcado
Na solidão do alto-mar
Imprevisível a estar.
A nau navegando avança,
E a alma do marinheiro
Fareja, no ar, o cheiro
Da morte, até na bonança.
Porém, na luz da esperança.
O fado é a alma lusa
Navegadora que usa
A força do corpo humano
Para vencer o oceano.
E, essa alma é o fado
Do argonauta fadado
Ora, a ser, do fado, a musa.