há palavras venenosas que nos ferem lentamente
há palavras doces que saboreamos delicadamente
há palavras que nos amarram e nos torturam, assassinas
há palavras que nos tocam como chuva, tão delicadas e finas
há palavras rudes, cruéis, que preferimos esquecer
há palavras meigas, ternas, que nos dão prazer
há palavras que nos calam
há palavras que nos libertam.
A Horas Mortas
Não escolho as palavras
são desejos que por mim passam
sonho com elas, um sonho que não faz ruído
na minha mente desfiam
e ondulam como um mar erguido.
apresento-as ao mundo, para que minha voz
se espalhe, como um caudal de luz,
e é atroz senti-las afogar-se nas águas
dum mar infinito,
levando meu grito, minhas mágoas
sem querer ouvir o meu sentir,
fogem de mim a horas mortas
nem sei porque as escrevo, só Deus
escreve por linhas tortas!
não escolho as palavras
escrevo como um recém nascido que chora,
com a saudade que no meu coração mora.
memórias escritas que são folhas que caem
em solidão e esquecimento
move-se minha mão, que não sei porque escreve
quando o pensamento lhe diz que não deve,
alguma coisa o coração embriaga
será o aroma de pétalas pela vida esmagadas?
ou a esperança, talvez o destino traga
aos dias, rosas belas perfumadas.
Palavras e Palavras
Palavras sinceras,
palavras fingidas,
linguagem formal,
linguagem afetiva.
Vocábulos expressivos,
vocábulos equivocados,
expressões de amor,
expressões sem valor.
Verbos com sentido,
verbos sem sentido.
ítem importante,
ítem discriminante.
***
Linguagem da alma
é de toda prioridade,
requer sinceridade,
numa boa qualidade.
Verbetes cotidianos,
refrescantes bálsamos,
do fundo da alma
ao coração acalma.
Palavras sentidas,
pétalas acetinadas,
são luvas de pelica
nas mãos limpas.
Os textos adoçam,
os versos amansam,
amantes das letras,
de forma exemplar.
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