Nasces mulher, senhora do teu poema,
Maravilhoso soneto ou simples canção,
Escreves com garra, desafias o sistema,
Cada verso é a tua voz, o teu coração.
Nasces mulher, aprendes a sobreviver,
Teu sorriso é luz num mundo opressor.
Lágrimas contidas esculpem teu ser,
Todos os dias, ofereces o teu melhor.
Nasces mulher, não temes a verdade,
Reivindicas lugar, razão, sentimento,
Teu ser é vida, é sangue, é liberdade,
Teu verso é alma, é arte, é talento.
A MULHER
Ó Mulher!
Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Sou Reflexo do Amor
Sou mulher doce, forte,
Driblo a minha sorte…
Penso muito, admoestação
É minha manifestação…
Sou princesa, a encantada,
Sinto-me encorajada…
Faço o impossível no Amor,
Não penso na futura dor…
Sou a rejeitada, a abatida,
A do coração tristonho…
A da lágrima bem sentida,
Pelo mundo medonho…
Sou abrigo das mil dores,
Elas, por mim, falam…
Um reflexo bem nítido
Da sorte, me abalam…
Sou meu porto na solidão,
Angra do meu coração…
No Amor, quero só amar,
Meu ser inteiro a pulsar…