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Rapariga com Brinco de Pérola-1665 |
No fundo escuro da tela, a luz impera,
realçando suavemente tua pele de cera.
Teu olhar nos oferta mistério e calma,
ou talvez segredos gravados na alma.
Um lenço azul abraça teu semblante,
envolve-te um belo manto elegante.
A pérola reluz, indiscreta, vaidosa,
qual lágrima disfarçada, corajosa.
Quem és tu, musa de olhar distante?
Quais os sonhos onde viajaste errante?
Serás filha do sol, do mar ou do vento,
ou duma paixão no ardor do momento.
Vermeer retratou-te com génio e magia,
um momento eterno, o futuro confirmaria.
Rapariga de brinco, espelho da memória,
viverás para sempre, na arte, na história.
Uma Mulher segura, destemida,
Vive pela vida deveras sofrida.
Exala poço de ternura e carinho,
Firme, abriga-se no próprio ninho.
Segue a amar Vermeer...
Uma Mulher de fibra, inviolável,
Vive sem medo de ser amável.
Exprime um olhar direto de amor,
Prossegue num toque quase de dor.
Segue a amar Vermeer...
Dona de doce sorriso, meiga face,
esbanja bondade, é seu realce.
Vira-se só o realmente importante,
Sempre desdenha o mirabolante.
Segue a amar Vermeer...
Composta, seu véu é puro disfarce,
Ela superará, depois, um mau enlace.
Sabe bem uma viuvez a entristece,
Certamente sua fé muito a fortalece.
Segue a amar Vermeer...
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