2025/06/30
Sophie Gengembre Anderson Entre Nós
2025/06/28
Daniel Gonzáez Poblete Entre Nós

À Luz do Silêncio
No chão de mármore em etéreo encanto,
a mulher se entrega em doce meditação,
gesto brando, olhar com um leve pranto,
como se escutasse a voz do coração.
Manto azul-celeste em pregas delicadas,
desliza e envolve a sombra do perfil,
brilham as joias — lágrimas caladas —
na paz serena de um momento subtil.
Com mão sagrada, ao lume se inclina,
lanterna antiga, de metal silente,
o gesto lento, com calma quase divina,
recorda a prece de uma alma crente.
Com véu rosa no cabelo, ela se inclina,
como quem guarda um sonho no olhar;
ali, o tempo — que tudo destina —
parece um quadro pronto a eternizar.
Ó musa em luz, em sombra repousada,
pintada em cor, silêncio e devoção,
tua figura, de beleza encantada,
é verso vivo de pura contemplação.
Tem nas suas mãos uma máquina de tecer sonhos,
Senta-se bem acomodada, segura-a com carinhos.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Examina as possibilidades, repensar seus desafetos,
Não deseja ser impropérios nem alvo de tais atos.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Com calma, pausadamente, examina seu coração,
Requer prudência, discernimento e toda atenção.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Como mulher de senso, brio, prima pela boa ação,
Não deseja ser mais uma de pouca mentalização.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Deseja um sonho inusitado e com bom resultado,
Como prima pelo mundo todo sendo bem-amado.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Sonha, mulher de devaneios, não deixe amuado
Seu coração de princesa de príncipe destronado.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
🌺🌸🌺
2025/06/20
Rudolf Epp Entre Nós
Sentada à beira do tempo com o livro pousado no colo, certas histórias às vezes, precisam ser deixadas de lado, o que importa não está nas palavras impressas, está nos olhos dele, do outro lado da janela, onde o mundo é real.
Sorriso tímido, flor na mão e esperança nos gestos, ele não diz muito, nem precisa. O que se passa entre eles é feito de pequenas pausas e de linguagem silenciosa. Um toque de dedos, um riso escondido, o calor do sol entrando pela fresta.
A casa parece conter a respiração, o casaco pendurado, o sapato no chão, a luz dourada filtrando o pó, toda ela é testemunha de algo raro: o exato momento em que o quotidiano se transforma em poesia.
Ela o escuta com o corpo inteiro, enquanto ele fala com o olhar. Juntos desenham uma cena que não se explica, só se sente: Amor, na sua forma mais pura, mais simples, mais bonita. Sem promessas grandiosas. Só a presença. Só o agora.
Ali, entre o dentro e o fora, entre o gesto e o olhar, o tempo para, e os dois, por um instante só deles, se tornam eternos.
2025/06/14
Russell Cobane Entre Nós
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2025/06/06
Heba Mohamad Entre Nós
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'Casa em Jaffa' de Heba Mohamad |
Casa em Jaffa

2025/05/29
Sally Swatland Entre Nós
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De manhã cedo na ilha |
De manhã cedo na ilha
A luz ainda não é cheia.
É macia, azul-clara,
como o sussurro do mar antes do mundo acordar.
Ela se baixa —
com cuidado, como se o chão pudesse quebrar.
Seu vestido branco encosta na água rasa,
onde o céu se dobra,
e a terra se confunde com o reflexo do que virá.
O chapéu protege seus olhos,
mas não esconde o silêncio curioso
com que observa uma linha de espuma,
uma marca que talvez seja um segredo deixado pela noite.
Há sal no ar,
mas também há algo mais:
um tempo suspenso,
um momento que não precisa ser nomeado.
Nada se apressa.
Nem o mar,
nem ela,
nem a ave que caminha ao fundo como quem respeita o ritual.
É um instante pequeno.
Mas eterno.
Como tudo o que é verdadeiro.
Escritos Encharcados
De Amor sem falso pudor,
De pudor com brio sem temor,
De temor sem falsa Esperança,
De esperança com sonho de Bonança,
Sally ama o mar das delícias.
Escreve seus sonhos delirantes,
Não se intimida das marés rasantes,
Delineia novos horizontes perdidos,
Reconhece caminhos tão iludidos,
Sally ama o mar das delícias.
Rabisca todas emoções contidas,
Ele guarda seus segredos nas ondas,
Vive na confiança do seu confidente,
Tem certeza, ele jamais mente,
Sally ama o mar das delícias.
De paixão, se veste, reveste a areia,
De areia faz castelos, belos projetos,
De projetos cabíveis, vive pé no chão,
De pé no chão, afaga marolas com coração.
Sally ama o mar das delícias.

Nossa sugestão musical: Stamatis Spanoudakis - Thalassa
🌸🌹🌸
2025/05/24
Rafal Olbiński Entre Nós
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Vestido de Chuva
No silêncio onde o céu se desfaz,
ela ergue-se, serena tempestade,
num vestido bordado de paz
com gotas presas à eternidade.
Braços cruzados, guarda o segredo
da água brotando sem razão,
como se chorasse em silêncio o enredo
do mundo guardado no coração.
Cada gota, um suspiro contido,
cada fio azul, uma estação.
Sob seu manto, flores têm nascido
como resposta da terra à emoção.
Lágrimas caem, mas não ferem o chão:
dão tulipas, amor, renascimento.
Ela é chuva, mesmo sem permissão
transforma a dor, em flores ao vento.
2025/05/16
Sharon Maia Wilson Entre Nós

Retiro da Alma
Há um lugar onde o mundo desacelera,
onde a luz pousa macia nas paredes ocres
e a sombra das folhas dança
como se soubesse segredos que ninguém diz.
Uma porta entreaberta convida o silêncio,
não para entrar — mas para permanecer.
Ali, cada flor cresce com ternura,
cada árvore guarda um nome esquecido.
O tempo ali não corre,
apenas respira.
Na parede, o vermelho das pimentas
fala da força discreta das pequenas coisas.
E o vaso, imóvel,
acolhe o instante como quem acolhe um filho.
Essa casa não é só uma casa —
é abrigo de memórias que não vivemos
mas, ao olhá-la, lembramos.
A pintura de Sharon não retrata um lugar,
expõe um sentimento que mora dentro de nós
e, por instantes,
nos convida a voltar.


2025/05/10
Renoir Entre Nós
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"Menina com as Espigas"-1888 |
Menina de laço, dourando ao sol,
teu rosto ilumina a tarde mansa.
No campo dançando qual girassol,
o vento te embala, abraça, alcança.
Espigas nos braços tão pequeninos,
colhidas com gestos de pura inocência.
Segredos da terra repousam divinos,
nos teus dedinhos tocando a essência.
Teus olhos vagam, perdidos no tempo,
onde o mundo é sonho, cor, aventura.
Renoir captou um instante suspenso,
menina áurea, eterna em pintura.
2025/05/02
Terry Avon Redlin Entre Nós
![]() |
Noite com amigos-(July 11, 1937 – Abril 24, 2016) |
Noite com Amigos
A velha cabana respira luz,
um calor brando escapa pelas janelas,
como se o coração da floresta ali palpitasse.
Na lareira, as chamas dançam
ao som distante de risos,
memórias antigas se reencontram —
chegam amigos,
trazendo histórias e relembrando bons tempos passados.
Lá fora, a neve cobre o mundo
silenciosa, quase em segredo.
Um casal de veados espreita entre as árvores,
quietos como se escutassem
uma canção antiga que só o inverno conhece.
A água reflete o luar
quase imóvel, como se também observasse.
As estrelas cintilam no céu límpido
bordado de galhos nus
que esperam a primavera em silêncio.
É uma pintura com alma,
um instante preso no tempo
onde tudo se aquieta,
e a vida — por um breve momento —
simplesmente...repousa.


2025/04/23
Amigas Pela Fé

Entre Flores e Brisas – Para Roselia

🐣🕊️🐰
Feliz Páscoa aos amigos queridos!