2025/05/24

Rafal Olbiński Entre Nós

Vestido de Chuva

No silêncio onde o céu se desfaz,
ela ergue-se, serena tempestade,
num vestido bordado de paz
com gotas presas à eternidade.

Braços cruzados, guarda o segredo
da água brotando sem razão,
como se chorasse em silêncio o enredo
do mundo guardado no coração.

Cada gota, um suspiro contido,
cada fio azul, uma estação.
Sob seu manto, flores têm nascido
como resposta da terra à emoção.

Lágrimas caem, mas não ferem o chão:
dão tulipas, amor, renascimento.
Ela é chuva, mesmo sem permissão
transforma a dor, em flores ao vento.




Alma de Vergel

Afetada em seu âmago, se tampa,
Reveste-a Rafal de flores, na marra.
Mistura-a ao jardim em fragrâncias
Cobre-a, manto floral, sua alegria.

Confundem-na com uma estampa,
Um lindo vergel tecido na barra,
Rega cada uma com suas lágrimas,
No azul trabalha sua incontinência. 

Oculta  na sombra escura noturna,
Desnuda de si mesma, sente o frio.
Abraça seu peito, encolhe-a, espera
Passar toda cruel fase, com calma. 

Não deseja de bom tom ser soturna,
Repete toda má sensação de calafrio. 
Respira serena, a vida se faz amena, 
Nada como disfarçar de flor sua alma. 



Nossa sugestão musical: As Flores do Jardim da Nossa Casa


🌷🌹🌷