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Vestido de Chuva
No silêncio onde o céu se desfaz,
ela ergue-se, serena tempestade,
num vestido bordado de paz
com gotas presas à eternidade.
Braços cruzados, guarda o segredo
da água brotando sem razão,
como se chorasse em silêncio o enredo
do mundo guardado no coração.
Cada gota, um suspiro contido,
cada fio azul, uma estação.
Sob seu manto, flores têm nascido
como resposta da terra à emoção.
Lágrimas caem, mas não ferem o chão:
dão tulipas, amor, renascimento.
Ela é chuva, mesmo sem permissão
transforma a dor, em flores ao vento.
Alma de Vergel
Afetada em seu âmago, se tampa,
Reveste-a Rafal de flores, na marra.
Mistura-a ao jardim em fragrâncias
Cobre-a, manto floral, sua alegria.
Confundem-na com uma estampa,
Um lindo vergel tecido na barra,
Rega cada uma com suas lágrimas,
No azul trabalha sua incontinência.
Oculta na sombra escura noturna,
Desnuda de si mesma, sente o frio.
Abraça seu peito, encolhe-a, espera
Passar toda cruel fase, com calma.
Não deseja de bom tom ser soturna,
Repete toda má sensação de calafrio.
Respira serena, a vida se faz amena,
Nada como disfarçar de flor sua alma.
Nossa sugestão musical: As Flores do Jardim da Nossa Casa
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