
À Luz do Silêncio
No chão de mármore em etéreo encanto,
a mulher se entrega em doce meditação,
gesto brando, olhar com um leve pranto,
como se escutasse a voz do coração.
Manto azul-celeste em pregas delicadas,
desliza e envolve a sombra do perfil,
brilham as joias — lágrimas caladas —
na paz serena de um momento subtil.
Com mão sagrada, ao lume se inclina,
lanterna antiga, de metal silente,
o gesto lento, com calma quase divina,
recorda a prece de uma alma crente.
Com véu rosa no cabelo, ela se inclina,
como quem guarda um sonho no olhar;
ali, o tempo — que tudo destina —
parece um quadro pronto a eternizar.
Ó musa em luz, em sombra repousada,
pintada em cor, silêncio e devoção,
tua figura, de beleza encantada,
é verso vivo de pura contemplação.
Tem nas suas mãos uma máquina de tecer sonhos,
Senta-se bem acomodada, segura-a com carinhos.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Examina as possibilidades, repensar seus desafetos,
Não deseja ser impropérios nem alvo de tais atos.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Com calma, pausadamente, examina seu coração,
Requer prudência, discernimento e toda atenção.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Como mulher de senso, brio, prima pela boa ação,
Não deseja ser mais uma de pouca mentalização.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Deseja um sonho inusitado e com bom resultado,
Como prima pelo mundo todo sendo bem-amado.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
Sonha, mulher de devaneios, não deixe amuado
Seu coração de princesa de príncipe destronado.
Poblete delineia traços sutis em todos contornos.
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