"Às bailarinas de Degas nos recordam que até a dor pode encontrar leveza no gesto de recomeçar."
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Edgar Degas -Les Danseuses Bleues |
No Azul do Silêncio
Curvo-me em sombra,
sou quase nada,
um sopro cansado.
O tempo pesa,
a alma se cala,
meu corpo é fardo.
Mas um gesto insiste,
um braço se ergue,
meu passo voltou.
No azul me diluo,
meu corpo renasce,
dançar me salvou.
Edgar me inspirou.

Um Toque de Superação
Despida de toda vaidade,
Foi veste tão maltratada,
O pior atrás já ficou,
Restou-lhe sua nudez
Retrato da sua pequenez
Edgar lhe inspirou.
Viu-se só, aniquilada,
Desejosa do puro amor,
Não sendo mais desejada,
Já nada mais lhe restou,
A não ser uma imensa dor.
Edgar lhe inspirou.
Alegria já foi tão sonhada,
Atualmente, bem esquecida,
Urge mudar a sua vida,
Está mesmo tão apagada,
Será de novo bem-amada.
Edgar lhe inspirou.
Aquecendo seu coração,
Baila com determinação.
Eleva-se, em movimento,
É restauração, louvação,
À vida, sua gratidão.
Edgar lhe inspirou.