![]() |
| "Vendedora de Flores em frente à Igreja da Madeleine" |
A Vendedora de Flores
No abrigo gasto da feira antiga,
um véu de pólen cobre o dia;
a moça tece muda e atenta,
um ramo breve de poesia.
Ao redor a cor vai fenecendo,
o vento leva o perfume embora;
sorri às flores, mas ninguém as vê,
o tempo vai passando sem demora.
Há preces longas na Madeleine,
sinos na rua tocam chorando;
ela, entre rosas guarda silêncio,
de quem também vai murchando.
Talvez um sonho a tenha amado,
ou talvez nada, só o cansaço —
as mãos que dão vida às flores mortas,
sabem que o belo é breve e escasso.

Florista Enfeitiça
Florista trabalha entusiasmada,
Passa seus dias bem enturmada.
Seu refúgio diário entre odores
Requer bom trato nos afazeres.
Victor pincela matizes de luz.
Ornamenta buquês com presteza,
Com delicadeza de alma, leveza.
Ama seu labor cotidiano floral,
Gosta do odor delas, angelical.
Victor pincela matizes, seduz.
Embala os ramalhetes com doçura,
Não tem ambição nem dura usura.
Enlaça cada um com fitas de cor,
Põe no feito ramo todo seu amor.
Victor pincela matizes, introduz.
Enfeitiça os transeuntes, ilesa
De artifícios desleal, princesa
Das flores do local primordial
Onde exala perfume fenomenal.
Victor pincela matizes, reproduz.
🌷🌹🌺

.png)
